Imagine-se comprando, indicando ou influenciando o comprador na compra ou avaliação de um equipamento usado.
Todas as suas experiências anteriores sobre compra de usados são válidas, não apenas de equipamentos de construção. Imagino que você já comprou um carro usado, e a sua experiência pode ir de uma longa história de sucesso que você compartilha em detalhes com todos os amigos, a uma enorme decepção que você evita reconhecer.
Se você é um novato na compra de usados, ou mesmo se é um expert, eu resumi alguns dos pontos relativos a documentação e a confirmação dos dados principais, na compra e venda de usados.
O objetivo das dicas abaixo não é eliminar, mas mitigar o risco.
1 - Placa de série e identificação.
Não compre um equipamento usado sem placa de série. Na dúvida confira o número no chassi do equipamento. Confira se o motor também está com a placa de série. Placas adicionais de Certificação, CE e EPA podem incrementar o valor do equipamento.
2 - Ano de fabricação.
Possivelmente você necessite de ajuda do seu revendedor de confiança para a confirmação do ano de fabricação. Com o número de série, o ideal é uma foto da placa de identificação e facilmente o revendedor da marca confirmará o ano de fabricação. Atenção, ano de fabricação não é necessariamente a mesma do ano de emissão da nota fiscal. Equipamentos específicos que dependem de longos processos de fabricação ou transporte, podem chegar a 2 anos de diferença entre o ano de fabricação e o ano da venda como equipamento novo.
3 - Confirmação do horímetro.
Talvez este seja um dos pontos mais controversos. Eu costumo cruzar as informações de diversas fontes para ter certeza. O primeiro é o horímetro análogico, que é de fácil substituição e alteração. O segundo é o horímetro digital do painel do equipamento, mais difícil, mas também possível de sofrer alterações. O terceiro é o relatório da central eletrônica do equipamento. Na Volvo, é conhecido como Matris, e permite a leitura do horímetro diretamente na central eletrônica. O quarto, é a ferramenta técnica de serviço, no caso da Volvo, Techtool, que também permite a leitura na central eletrônica. Em resumo, eu busco o máximo de registros e, por último, comparo com as informações de manutenção, relatórios de serviço, acordos de manutenção, atendimentos, etc... Além, claro, de verificar o estado de conservação do equipamento.
Vários equipamentos anunciados em revendedores, na internet, não possuem indicação de horímetro ou uma observação de que as horas não são comprovadas.
Na dúvida, avalie a empresa que está vendendo. É o primeiro dono, uma revenda autorizada, uma revenda tradicional do mercado, ou um simples anúncio na internet? Tire as suas conclusões com base nessa análise.
4 - Documentação de origem.
Solicite a cópia da nota fiscal original de venda do equipamento novo e guarde uma cópia. Verifique se o bem foi vendido com alienação na nota fiscal e solicite o documento comprovando a desalienação do bem. Siga o rastro, ou seja, tenha o histórico dos proprietários anteriores. Se alguma destas empresas sofreu processo de falência ou concordata, o bem pode estar penhorado. Equipamentos de construção não costumam ter registro no departamento de transito, no caso do Brasil, o código no RENAVAM, o que pode causar insegurança sobre a efetiva propriedade do bem. Resumindo, compre de empresas estabelecidas e de quem você conhece.
5 - Documentação de compra.
O vendedor deve emitir nota fiscal de venda, com a descrição clara do bem, números de série, etc... Não aceite um descritivo na nota fiscal do tipo “Pá Carregadeira usada”. O correto é uma descrição completa, que permita uma clara identificação do bem, por exemplo, Carregadeira usada, marca Volvo, modelo L60F, ano de fabricação 2010, número de série 70001 (se possível o número de série completo com 17 dígitos). Não recomendo comprar com recibo, ou qualquer outro documento que não seja a nota fiscal. Apenas no caso de uma compra direta de uma instituição financeira, bancos, é aceitável que seja emitido apenas o recibo. Adicionalmente a isto, no campo de observações, se possível, solicite a inclusão da seguinte informação: “equipamento livre de qualquer ônus, penhora ou alienação fiduciária”. Isto não garante que não possam existir penhoras mas, com certeza, reduz o risco.
6 - A pressa é inimiga da perfeição
A expressão do jurista Rui Barbosa (1849-1923), já virou um dito popular que se aplica perfeitamente a compra e avaliação de usados.
Tenha calma, avalie os prós e contras, compare, reflita, converse com os especialistas. As revendas de equipamentos novos geralmente possuem uma equipe dedicada ao negócio de usados e podem ser uma excelente fonte de informação.
Na dúvida, consulte os websites dos fabricantes. Em geral, são bem completos e possuem informações adicionais sobre os equipamentos, inclusive os mais antigos.
Não esqueça que nossa rede de distribuidores está preparada para auxiliar em todo o processo de equipamentos usados e não deixe de consultar a disponibilidade de equipamentos usados na página www.volvousedce.com ou através do aplicativo INSIDER, disponível na Apple Store ou Google Play.